domingo, 6 de junho de 2010

Festim Diabólico de Alfred Hitchcock



Festim Diabólico (1948) de Alfred Hitchcock é um destes filmes que está repleto de virtudes. Primeiramente, a técnica usada pelo diretor. O filme foi todo filmado em tomadas de 10 minutos e coladas como se não houvesse corte algum. Uma das técnicas era filmar as costas dos personagens – todos de terno – e voltar a partir daí, dando a impressão de continuidade. Além do mais, a estória toda se passa dentro de uma sala de apartamento, o que nos remete a uma concepção própria do teatro, ou seja, parece que o teatro toma de assalto o cinema. As personagens se articulam dentro deste espaço, mas a dinâmica do roteiro e o suspense crescente da trama não permitem que em momento algum esta escolha espacial transpareça tédio ou torne o filme cansativo. Muito pelo contrário: esta escolha centra o filme na própria atuação dos atores e nos meandros do roteiro.

A problemática do filme é a seguinte: dois amigos, em Nova York, Brando (John Dall) e Phillip (Farley Granger) decidem assassinar um amigo em comum usando uma corda (o título original do filme é Rope, corda em inglês). O mais inusitado é o motivo do assassinato. Os dois amigos sentem-se intelectualmente superiores ao amigo morto e desejam matar alguém pelo simples prazer de praticar tal ato e seguir impunemente. Mas o roteiro ainda esconde outras bizarrices. Os amigos, após matarem seu camarada, o colocam num imenso baú no centro da sala do apartamento. O problema é que logo em seguida será dada uma festa no apartamento. Eles, de fato, querem saborear esta superioridade encarando os convidados e não sentindo remorso algum.

Entretanto, o desfecho será mais complexo do que eles esperavam. Inicialmente, os dois amigos sentem-se em êxtase por terem conseguido realizar esta façanha, mas logo a culpa acomete Phillip e isto aumenta a tensão do enredo. Ele começa a sentir-se tão mal com o ato que parece a todo instante querer confessar seu crime, enquanto seu amigo Brandon – menos escrupuloso e mais resoluto - tenta convencê-lo de que qualquer confissão poria tudo a perder. A polaridade gerada entre estas tuas posturas antagônicas só cresce quando um dos convidados, o professor Rupert Cadell (interpretado por James Stewart), desconfia deste antagonismo e começa a confrontar os amigos.

Um filme realmente genial e que nos brinda com um Hitchcock numa de suas melhores fases. Um suspense que tem como pano de fundo uma questão moral muito interessante: qual o limite de nossas escolhas e ações?

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